terça-feira, 29 de março de 2011

Repúdio ao Preconceito na Forma do Sr. Bolsonaro

Me nego a chamar esse senhor de Deputado. Não o elegi, não é e nunca foi meu candidato. Nunca comunguei de suas idéias. Mas, a partir do momento em que uma parcela da população acredita e o elege, tenho-o que respeitar como representante do Povo Brasileiro. O problema é que esse senhor nunca se fez merecedor desse respeito, então nunca o considerei.
Até ontem.
O fato de eu não ser sua eleitora não diminui o meu direito em questionar, julgar, reclamar, repudiar, um ato seu. Como cidadã e eleitora tenho o direito que cobrar daqueles que deveriam nos representar, uma atitude digna do cargo, um comportamento sério.
Entendo de diferenças, acredito que cada um tem direito a gostar ou não de uma situação ou opnião.
Não sou homossexual, não sou negra.
Porém, em um País como o nosso, criado a partir da mistura de raças, sobretudo a negra, tenho muito sangue negro correndo em minhas veias, com orgulho. Quanto aos homossexuais, os respeito, os admiro, pela violência que sofrem todos os dias, a cada olhar torto, a cada declaração xula, a cada pedra que os atinge.
É inadmissível, que uma pessoa que recebe seu salário do dinheiro oriundo do povo, e que recebe para defender os interesses desse mesmo povo, aja de acordo com uma minoria hipócrita, cruel, fundamentalista, racista!
Se, dentre os eleitores dele, a idéia do preconceito é válida, entre a maioria dos brasileiros não. Porque estamos cansados de sermos julgados por raça, por credo, por orientação sexual, por índice de gordura no corpo.
Não é justo que, num fim de dia de trabalho, o contribuinte esteja em seu lar vendo um programa de TV que tem por príncipio divertir aliviando a tensão do dia, dê de cara com um funcionário do povo, agindo de forma violenta contra outra pessoa.
Não me interessa se a Preta Gil é ou não famosa. Me senti agredida, por ter sangue negro, por estar ali tentando me divertir, e sendo ofendida daquela forma.
O programa não é ao vivo, o quadro em que ele participou foi gravado, logo, se houve má interpretação, houve tempo suficiente para ele rever e consertar. Não foi o caso. Ele entendeu pergunta, deu o ok para a gravação e edição, concordando com a veiculação da entrevista no ar.
Não consebo a idéia de ter um Deputado, numa bancada já tão manchada, que venha a público demonstrar seu ódio pelo próximo.
Tenho a certeza de que ele acreditava sair impune, não imaginava a força que as palavras possuem, e menos ainda no poder de dissiminação, que temos hoje com a internet. Foi rápido, foi ligeiro, foi emocionante ver o povo reagindo a essa infâmia, com repúdio, vergonha, indignação pela Internet durante toda a madrugada.
E por essa vergonha, esse repúdio, vindo da maioria, espero que a comissão de ética da Câmara, tomem as medidas adequadas para um caso como esse.
Está na Constituição o Direito de Igualdade e Respeito.
Preconceito é crime!
E como criminoso esse senhor deverá ser tratado.
Só isso importa.
Nada mais.


Pra quem não sabe do que estou falando...

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